quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Furacão - parte II

Nada no lugar. Nem ideias, nem vontades, nem convicções, nem mesmo dúvidas.

Não há paredes que escorem as certezas que insistem em cair.

Não há chão que sustente o peso dos desejos.

No olho desse furacão tudo se esvaiu.

Até as palavras misturaram-se ao redemoinho dos ventos e ora me abandonam, ora recaem sobre mim como entulhos cortantes e desorganizados.

Nada no lugar, a não ser o estalar do tempo que pressiona o vazio pontualmente presente.

E nesse tic tac irritantemente constante tento me reorganizar.

Imagem: Salvador Dalí.

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